quarta-feira, 1 de agosto de 2012

ANITA MALFATTI


       ANITA MALFATTI






              Anita Malfatti nasceu em São Paulo em 2 de dezembro 1889. Não tinha um berço de ouro, mas também não passava por dificuldades. Seu pai, o italiano Samuel Malfatti, era engenheiro. Sua mãe, dona Elisabete, de nacionalidade americana, era pintora, desenhista, falava vários idiomas e tinha uma sólida cultura, cuidando pessoalmente da educação da filha.
     Bem estruturada, Anita não encontrou maiores dificuldades em passar pelo exame de seleção do Mackenzie College, onde fez a Escola Normal e se formou professora, aos 19 anos.
     Foi então que o destino lhe armou mais uma tragédia. Nem bem se formara e morre-lhe o pai, a quem tinha forte apego, e que era o arrimo da família.
     A partir de então, a mãe passou a dar aulas de idiomas e de pintura, enquanto que, para complementar o orçamento doméstico, Anita começou também a trabalhar como professora.
Um socorro oportuno
     O talento para a pintura, revelado pela moça, sensibilizou o tio e o padrinho. Juntos e, embora com sacrifício, conseguiram reunir uma soma em dinheiro, patrocinando a ela uma viagem de estudos à Alemanha.
     Em setembro de 1910, Anita chegou a Berlim, com o período escolar em andamento, o que impossibilitava inscrever-se numa escola regular, pelo que, passou a tomar aulas particulares no ateliê de Fritz Burger. Já no início do ano seguinte, pôde matricular-se na Academia Real de Belas-Artes.
    O mundo para ela era aquilo, até que, visitando uma exposição da Sounderbund (grupo de pesquisa), tomou contato com a arte dos rebeldes, desligados do academicismo ensinado nas escolas. Fascinada, aproximou-se do grupo e passou a ter aulas, primeiro com Lovis Corinth e depois com Bischoff-Culm, aprendendo pintura livre e a técnica da gravura em metal.

Nos Estados Unidos,
a liberdade
     Regressou ao Brasil em 1914 para, logo em seguida, viajar para os Estados Unidos, terra natal de sua mãe. Matriculou-se na Art Students League, uma associação desvinculada das academias, e, sob a orientação de Homer Boss, teve a liberdade de pintar o que desejasse, com toda a  força própria de criação, sem quaisquer limitações estéticas.
     Foi esse período que marcou a fase mais brilhante de sua criação, no qual Anita pintou O homem amarelo, Mulher de Cabelos Verdes, O Japonês, e vários outros quadros.
     Foi a consagração de sua arte, no meio de insignes mestres e diante de um público capaz de interpretar a beleza e as emoções contidas em suas obras.
                    A estudante russa. 1915. óleo s/ tela (76x61). Col. Mário de Andrade, Instituto de Estudos Brasileiros da USP, SP.

A boba. 1915-16. Óleo s/ tela (61x50,5). Col. Museu de Arte Contemporânea da USP, SP.

                               Mario de Andrade I. 1921-22. óleo s/ tela (51x41). Col. Particular, SP.

                    O homem amarelo. 1915-16. óleo s/ tela (61x51). Col. Mário de Andrade, Instituto de Estudos Brasileiros da USP, SP.